09 janeiro 2008

Subsídios para o estudo do conceito de Relações Públicas no Brasil

Resumo:
Este artigo estuda as origens do conceito de relações públicas no Brasil: como se formou, fatores e movimentos que influenciaram o seu desenvolvimento e levaram à regulamentação legal da atividade. Analisa as definições de comumente aceitas pelas escolas e pelos docentes da disciplina. Questiona se houve ou não a adaptação da atividade à cultura brasileira e a falta de um grupo de especialistas que tivesse autoridade e apoio da categoria para conduzir, conceitual e operacionalmente, relações públicas no País. Estuda também as opiniões de autores que apresentam outras visões de relações públicas, além das tradicionais. Uma discussão de perspectivas não-institucionais é apresentada no final do artigo.


Palavras-chave: Produção científica – Relações públicas – Conceito de relações públicas – Regulamentação legal – ABRP – Cultura brasileira.


INTRODUÇÃO:
É tarefa difícil tentar encontrar os caminhos pelos quais se chegou à formação do conceito de relações públicas no Brasil. Polissêmicas em suas manifestações, elas fazem com que cada interlocutor as vejam na medida de sua percepção, na expressão de Tomás de Aquino: “quidquid recipitur per modum recipientis recipitur”. Muitas razões impedem ver com clareza o caminho seguido pelas relações públicas. Mesmo assim, ousamos indicar algumas que nos parecem ter contribuído para a pouca visibilidade dessa atividade que se instalou no Brasil em 1914. Primeira: existem poucos estudos específicos sobre a conceituação teórica de relações públicas no Brasil. Segunda: a produção científica inicial ligada às relações públicas foi em grande parte perdida, não divulgada ou só permaneceu acessível a poucos. Terceira: não existe análise crítica do que se produz em relações públicas; o que é divulgado consome-se sem contestação. E uma quarta razão: parece-nos que a falta do debate, da controvérsia, que se diz ser própria de relações públicas, tenha sido talvez uma das causas determinantes da atual falta de excelência dessa atividade entre nós.

É impossível em um artigo acompanhar o desenvolvimento de uma atividade, praticada no Brasil há 89 anos, verificar toda a sua história, a literatura existente, bem como conhecer em detalhes quais foram os movimentos e as lideranças legítimas que a influenciaram de modo a torná-la acatada pela sociedade e pelas organizações que dela começaram a fazer uso. Por isso, este artigo oferece algumas reflexões como subsídios para o estudo da formação do conceito de relações públicas no Brasil, concentrando a reflexão sobre quatro pontos: formulação do problema; identificação dos movimentos que influenciaram o desenvolvimento e a consolidação da atividade; estudo das definições aceitas pela academia e pelos profissionais; visões de relações públicas no Brasil.


FRANÇA, Fábio. Subsídios para o estudo do conceito de relações públicas no Brasil. Comunicação & Sociedade. São Bernardo do Campo: Póscom-Umesp, a. 24, n. 39, p.127-154, 1o. sem. 2003. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/cs_umesp/article/viewFile/141/101. Acesso em Janeiro de 2008.


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